quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Segundo Campeonato Interno Açoriano

O campeonato teve início com alguns minutos de atraso, os jogos foram
duros e disputados, ninguém fez corpo mole.

O time que melhor se destacou na fase de grupos foi o TIME C, que
liderado pelo craque Dudu e com um futebol envolvente, rapidamente
garantiu sua vaga na grande final.

Com um chute de antes do meio campo, o meia chupador-de-sangue Biano,
fez um golaço de cobertura para o TIME D, o que teria sido eleito mais
tarde o gol mais bonito do certame, mas que entretanto, não salvou o
seu time da última colocação no campeonato.

O TIME A, terceiro colocado, teve atuação iluminada, porém solitária,
do craque milenar e onipresente Jenny, que mesmo se recuperando de uma
forte faringite, passeou pelos jogos e marcou 7 gols em 4 jogos,
garantindo com larga sobra o título de artilheiro. A atuação brilhante
do mini jogador e também ancião, de quebra, ainda lhe rendeu a
coroação de melhor jogador, levando para casa dois belos troféus.

Com uma campanha modesta e irregular na fase de grupos, o TIME B só
veio a garantir sua vaga na decisão no último jogo da fase de grupos,
no jogo que foi considerado o mais chato do ano, um 0 a 0 sem
precedentes.
O TIME B entretanto, parecia esta guardando o melhor para o final.

Após a decisão do terceiro lugar, TIME B e TIME C se degladearam na
final. O time de melhor campanha, TIME C, abriu o marcador na metade
do jogo com Dudu e ampliou logo depois com Borrô, abrindo 2 a 0 no
placar e encaminhando o bom campeonato para um desfecho previsível e
sem surpresas.
O TIME B entretanto, parecia esta guardando o melhor para o final.
Faltando 30 segundos para o apito final, após rápida tabela, o craque,
humilde e matador, Het, arrisca um pombo sem asas e balança a rede
para o TIME B, deixando o jogando em aberto. No entanto, não restava
muito tempo.
O TIME B entretanto, parecia esta guardando o melhor para o final.
Literalmente aos 47 minutos, em nova jogada de Modenesi, o estrelado
Het realiza o que parecia improvável, um chute certeiro de virada e de
canhota rente a baliza adversária - o jogo, então, foi encaminhado
para a decisão em modo GOLDEN GOL.

Borrô, que até aos 46 minutos do tempo normal estaria se consagrando
como o autor do gol título para o TIME C, em jogada levantada na área,
garantiu seu status de autor do gol do título, porém dessa vez para o
TIME B, e desvia a bola de cabeça contra o próprio tento, coroando o
TIME B CAMPEÃO do 2º Campeonato Interno Açoriano. Um gol histórico e
inimaginável - o primeiro Golden Gol contra decisor de campeonato da
história do futebol mundial. O TIME B, então pôde soltar o grito de
campeão na Arena Açores naquela noite iluminada.

Por fim, o dinheiro do caixa foi torrado em cerva e a noite terminou
em polvorosa. Os amantes da bola agradecem por mais esse espetáculo.


Confira as estatísticas do evento:


ARTILHARIA:

7 GOLS
Jenny

3 GOLS
Alex
Het

2 GOLS
Dudu
Coala
Borro (1gc)
Fabricio
Blasi
Biano
Lorão

1 GOL
Modenesi
Leite
Mumu

TIME CAMPEÃO: MODENESI, GALINHA, HET, LEITE, JF.
MELHOR JOGADOR: JENNY (13 votos)
GOL MAIS BONITO: BIANO (14 votos)
PIOR JOGADOR: BORRO (7 votos)
JOGADA MAIS BIZONHA: BORRO (decisão unânime)


O que os jogadores disseram sobre o gol do Título:

Jenny : "Foi a primeira vez nos meus 2 séculos de futebol que vi um
lance assim."
Dorna:  "Depois do jogo de ontem vou recomendar o Borro pro Botafogo
pra vê se melhora."
Marcin: "No lance, a bola desviou no meu saco antes do Borrô cabecear pro gol."
Galinha: "AHHHH, foi gol então né!?"
Het: "CHUPA!"
Leite: "O Borro tava jogando?Que horas eram?"
JF: "Ainda bem que não foi eu senão neguinho ia falar pra caramba."
Dudu: "Vou contar até 10 pra não me estressar."
Borro: "O goleiro deu mole no lance, mó vacilão!"
Mumu: "Artilheiro tem que meter pra dentro mermo."
Biano: "Esse vai concorrer pelo gol mais bonito comigo!"
Veja: "Esse eu vou fazer questão de contar pro meu filho."



Até mais!

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Amor Além da Vida


Descobrira fazia 2 meses que seria vítima de morte de uma doença raríssima, ela penetrava nos ossos e praticamente os transformava em pó.
Tinha menos de 1 ano a mais de vida, era incontornável.
O acontecimento transformara a vida pelo acesso e, mesmo sempre sendo brincalhão e otimista, não conseguia mais esconder a profundidade de sua angústia. Tudo acabaria daqui a poucos meses, mas era preciso aceitar a morte. Mais do que isso, levantou a cabeça e decidiu que aceitaria a vida! Ou o resto que lhe sobrara de vida.
Havia feito amigos, amado, curtido, viajado, gastado e ganho. Viveu derrotas, mas acima de tudo era um vencedor. Em dado momento lhe veio a inspiração, aquilo que julgou ser o sentido do seu viver. Queria deixar sua semente no mundo. Seu legado, um filho, um elo.

Faria isso da melhor maneira e sem enganar a ninguém, a escolhida seria sua ex-mulher, agora já casada novamente. Chamou-a para um encontro. Ela não recusou de imediato, o carinho era de amizade, mas não fazia ideia do que estava por vir. Inicialmente, chorou inconsolável ao saber da doença, demorou a se acalmar, não acreditou, ninguém lidava bem com aquela notícia. No meio de um turbilhão de emoções cogitou em largar o marido para voltar e cuidar de sua antiga paixão, mas nada disse, se limitou a chorar. Sentia pena, tristeza.
Ele continuou, se fez de forte, já havia passado por muitas situações delicadas diversas vezes nesses 2 meses. Falou estar feliz na medida do possível, que já havia absorvido o golpe, então lhe explicou que ela deveria ser a mãe de seu filho. Fez isso sem suplicar, sem chorar, seu instinto escolhera assim. Ela calou-se. 2 dias depois conversariam de novo.

Santiago, o atual marido, estaria presente 2 dias depois como combinado, e tiveram uma conversa os 3.

Hugo, o filho, ouvira a história pela primeira vez, hoje já com 16 anos.

A princípio Hugo demorou a se situar, apesar de maduro para sua idade, psicologicamente não estava preparado, talvez nunca estivesse. Em dado momento quis saber do verdadeiro pai, como era, como havia morrido, o nome... Mas não tardou a perguntar aquela que seria a questão mais importante de sua vida até então, a razão de sua existência.

Santiago, pai de criação, absorvido por uma serenidade adquirida pelos anos de preparação e ensaio para o dia em que aquela conversa fosse feita, respondeu: meu filho, o fato de você não ser biologicamente meu nunca alterou em nada meus sentimentos por você, você sempre será meu filho. No dia em que encontrei aquele homem e rapidamente tomei conhecimento de sua proposta, minha primeira reação foi de revolta, mas então, olhando para aquele semblante percebi que falava sério. Não suplicou, não implorou, ele foi sincero e aquilo me acalmou, ele estava seguindo sua intuição. E então, fiz a ele a mesma pergunta que hoje você fez a mim. Porque dentre milhares de mulheres, ele escolheu justamente sua mãe?

Então filho, vou lhe responder da mesma maneira que ele me respondeu. Que de todas as mulheres que tivera, ela havia sido aquela que lhe despertara sua paixão, e que apesar de estarem separados, ela teria sido a única mulher que havia jurado protegê-la e que, naquele momento, ao saber da proximidade de sua morte havia descoberto um sentimento novo, o de querer viver. E, percebendo a ausência de sentido que tivera em toda a vida, teve certeza do que tinha que fazer e gostaria de deixar a única marca que considerava relevante em toda a sua vida. Um filho, fruto do mais puro amor.

Então Hugo, ouvindo pacientemente toda aquela explicação, não tive dúvidas, arrebentei a cara daquele sujeito no mesmo instante, o que foi irrelevante, o filho da puta já tinha plantado sua semente no dia anterior. Sua mãe também levou uma surra, mas eu gostava dela. O filho da puta morreu 3 meses depois.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

22/junho – O dia em que me livrei de todos os problemas


Acabo de falar pro meu supervisor não foder minha paciência.
- Ah! Não fode, Gilberto. Porra!
E virei as costas.
Ontem, olhando um extrato do meu plano de previdência, me dei conta que já tenho 36 mil pra gozar quando chegar a hora certa. Acho que esse fato me deu certa confiança.
Não tenho a menor ideia do que o Gilberto vai fazer a respeito do meu comportamento, mas ele nitidamente vai ficar ressentido, sempre foi meio bobão, muito provavelmente não vai fazer nada agora, mas com o tempo vai ficar lançando indiretas na minha direção. Provavelmente o meu fim nessa merda de empresa de merda. Vou ter que pular pra outra merda.
Gilberto costumava ser maneiro na época que não tinha tanto trabalho, agora vive com a corda no pescoço e vive amedrontado. Tá com uma filhinha de 4 meses. Acho que eu nunca vou ajudar sujeitos do tipo dele: sofrido e cagão. No fundo, tenho certa empatia por ele pois sei que ele é maneiro, mas é muito medo pra pouco amigo. Que se foda ele então. Vai ficar pra sempre lambendo saco de chefe.
Eu não.
Eu acabo de mandar meu supervisor não foder minha vida e, por mais que ele seja cagão, eu não sou, faria isso com o gerente também, com outras palavras, mas faria.
Resolvi facilitar as coisas pra todo mundo, estou escrevendo minha carta de demissão. Vou viajar um pouco, passar uns 3 dias bebendo vinho e apertando uns peitinhos, até perder a consciência.
O que fode um pouco a minha rebeldia é a minha sensibilidade, acabo entendendo que pessoas como o Gilberto, que apesar de não fazer nada pra ajudar a vida de ninguém, não passa de um cagão pai de família e infantilóide. Chegar a esse tipo de raciocínio acaba por impedir que eu fique com raiva dele, mais do que tenho de tantas outras coisas.
A passagem já tá comprada, vou partir para uma cidade no sul chamada Gravataí, próxima a capital. Na hora procuro um hotel barato pra apagar todas as vezes que chegar da rua sem os  sentidos. Não existe nenhuma razão específica para essa viagem, mas também não existe razão pra ficar, cheguei a gota d’água.
Minha ex namorada me mandou um email semana passada relatando que eu deveria ter mais cuidado com as minhas atitudes pois ela ainda estava magoada com o nosso namoro acabado, uma conversa fiada do cacete que me faz lembrar exatamente porque terminamos. Não respondi 2 chamadas dela e ela parece ter ficado magoada. Acho que um dia ela vai entender que se eu não atendi, foi só pra livrar ela de falar merda pra quem não tádando bola.  E não dou bola mesmo, um dia ela vai perceber que eu sou um cara maneiro sim, mas que não to nem aí para o que ninguém pensa, nem o que ela pensa, nem para o que o Gilberto pensa e nem ninguém. Assim eu evito prestar atenção no que esta acontecendo por aí e faço o que eu quero.
Amanha estarei em Gravataí para chupar vinho e tomar peitinhos, to com 36 contos pra me aposentar e acabo de pedir demissão. Parece que meus problemas estão sumindo. E pra ajudar mais ainda o salário e o 13º saem amanhã. To na boa e sem ninguém pra atormentar.
Resolvi ligar pra minha ex e ver o que ela queria. Queria nada. Queria saber porque não atendi, porque demorei para retornar. Pensei estar falando com a minha mãe quando ela resolve encrencar com meus hábitos de vida, no fundo era assim que a tratava agora, como uma tia chatinha. Esse tratamento parecia não surtir nenhum efeito sobre ela.
- Poxa, não acredito que você não podia ter atendido na hora, porque você tá fazendo isso?
- Desculpa, mas tenho um compromisso agora, depois conversamos.
E em menos de 2 minutos já estava sem mais esse problema. Não devo mais esse tipo de satisfação a ela, estou com outra cabeça.
Pude ver o medo do Gilberto quando ele veio me perguntar se eu estaria mesmo pedindo demissão. Aposto que aquele cagão achou que ia sobrar pra ele. Cagão de merda. Expliquei que tinha chegado o momento e disfarcei negando não ter nenhuma relação com o ocorrido, que aquilo tinha sido uma consequência e que tudo continuaria na boa, mas que não dava mais pra ficar. Acho que era tudo que ele queria ouvir – não tocou mais no assunto.
Pronto. Já me livrei do emprego, do Gilberto, da ex. O dia seguinte de ontem já não é mais o dia seguinte de hoje, agora tudo esta confuso, imprevisível.
Vou pra Gravataí tomar chimarrão e beijar louras magras. 

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Pensamento da noite

"MEU RACIOCÍNIO É EXTREMAMENTE LÓGICO.
MINHA LÓGICA É QUE É EXTREMAMENTE LOUCA"


Malandro...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Ah como é bom...


Gravem esse dia, 13-05-2012. Se alguém não tem a menor ideia do que significa, pergunte a um torcedor do Manchester City, ele certamente irá abrir um sorriso de orelha a orelha e te responderá com o mais nobre ar britânico sendo levado ao desabrochar de uma informalidade impulsiva: “O dia mais feliz de minha vida!”.

Pois bem, isso não é à toa, pois após 44 anos sem levantar se quer um troféu da liga inglesa, a metade azul de Manchester pode enfim tirar o grito de campeão da garganta. Até aí tudo bem, pois se trata de um time recheado de bons jogadores comprados pelo dinheiro de um sheik árabe bilionário, e que chegou a última rodada do campeonato dependendo apenas de uma vitória em casa sobre o modestíssimo Queens Park Rangers, que brigava para não cair para a série B.

No papo, não!? Definitivamente não!

Vamos agora aos ingredientes que fizeram desse jogo um espetáculo desse esporte apaixonante:
1-      O City brigava pelo título contra seu arqui-rival e maior detentor de troféus da Premier League, o Manchester United.
2-      O rival vermelho, garantia sua vitória ao passar sem dificuldades pelo fraco Sunderland.
3-      Após sair na frente, os cityzens permitiram a virada do QPR.
Está bom ou querem mais? Pois agora vem o drama.

A torcida no Etihad Stadium estava de pé, os jogadores do City davam a alma em campo, pura pressão e corrida contra o tempo. Com um a menos o QPR se segurava como podia, o que fez dos minutos finais um verdadeiro ataque contra defesa.

Em Sunderland, torcedores do United já faziam a festa, comemorando mais uma vez um titulo inglês, mas dessa vez em cima do grande rival, que falhava em sua caminhada, abrindo espaço para os cânticos dos red devils.

Foi aí que a história começou a mudar, e da forma mais improvável e batalhada possível. Aos 46 do segundo tempo, num escanteio levantado na área, Dzeco empatou a partida. Restava apenas mais 4 minutos conforme acréscimo do juiz. A essa hora, a massa azul roía as unhas, escondia-se atrás de bandeiras; as mais variadas expressões de tensão eram vistas. Então, aos 49 minutos, com um minuto para o fim, Balotteli da um passe deitado para o argentino Kun Aguero penetrar na área, tirar 2 zagueiros e bater cruzado para o fundo da rede.

Em anos acompanhando o futebol vi muitas viradas, gols no fim, mas impossível não se emocionar com a explosão que foi vista no Etihad Stadium. Um verdadeiro delírio tomou conta das arquibancadas. Pais e filhos se abraçando, jovens se jogando um em cima do outro, gigantes ingleses aos prantos como crianças. A cena era da mais pura felicidade, aquela pueril, que encontra somente espaço para vibrar, expressar e sentir tudo de melhor na vida.

Um estádio inteiro veio abaixo, o City, após 44 anos de jejum, conquistava o campeonato nacional. E naquele momento não contava o dinheiro “obscuro” de seu dono, tampouco o fato de serem declaradamente menores que os demais rivais ingleses; naquele instante, naquele exato momento em que a bola de Kun Aguero tocou a rede pelo lado de dentro, o que realmente valia era ser torcedor, aquele que independentemente do time torce pelo clube.

Ao fim do jogo, invasão de campo, e uma cena em especial me foi muito peculiar: um enorme inglês, careca, com cara de hooligan, estilo filme, vestido com uma camisa com os dizeres “13-05-2012 I’ve been there”, se ajoelhou no centro de campo e pôs-se a chorar e enxugar as lágrimas na bandeira surrada. Ali me veio um doce sabor de como é bom o futebol, de como vale a pena seguir esse esporte tão bruto e tão passional ao mesmo tempo. Como diria o comentarista da partida “Como alguém pode não gostar de futebol!?”.

Sem dúvidas esse jogo já ficou na minha memória, imagina de um torcedor do Manchester City. Parabéns aos jogadores, torcedores e principalmente aos amantes do esporte bretão, pois foram devidamente retribuídos.

Reparem no transe em que entra o narrador de uma TV inglesa no momento do gol de Aguero, no vídeo do link abaixo:

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Música Boa de Verdade

Galerinha,

To aproveitando o nosso espaço cultural pra divulgar o trabalho do meu primo Juba.
Ele acabou de lançar um CD com muito esforço e as musicas são no mínimo muito boas.
É um sonzinho bem gostoso e de muito bom gosto, que tenho certeza, agradará 100% o público desse nosso blog.
Aos que quiserem dar uma força e ter o CD em casa, basta me procurar que providencio pela bagatela de R$20,00.
Agora é só clicar no link e curtir as músicas:
http://www.myspace.com/jubajuliano


Passar bem!


sexta-feira, 6 de abril de 2012

Viva Raul


Não conheço praticamente nada sobre a vida pessoal de Raul Seixas, mas já cansei de ouvir suas músicas, ou melhor, não me canso de ouvir.
Esse texto, inclusive, é um convite para que as pessoas que admiram sua música vão ao cinema assistir o filme que esta saindo sobre ele, não sei se é bom, mas independente de qualquer coisa, é uma grande iniciativa.
Enfim. Pensar na figura dele é emblemático. Apesar dele ter falecido em 89, antes da maioria dos leitores desse blog de ter noção de coletivo, nação ou noção de si mesmo. Quem conhece sua obra (musical), sabe que sua ausência física não o impediu de influenciar as pessoas. Quem nunca se identificou com algum de seus versos? Quem nunca deu razão a ele?

Que figura é chamada de maluco num sentido tão abençoado? Ser maluco beleza é uma filosofia, uma marca de desapego.

Assistindo algumas entrevistas dele você se pergunta: que tipo de pessoas daria atenção ao que esse estranho fala, e ao ouvir suas canções você se pergunta que tipo de idiota não daria razão a este sábio.

Que espécie de pessoa era? Um louco, visionário, gênio, drogado, um simples cantor?
Raul Seixas não me deixou memórias, simplesmente porquê não somos contemporâneos, porque não tive acesso a sua vida, mas, mais importante do que isso, ele me deixou ensinamentos, pensamentos e atitudes. Ele deixou sua marca e uma mensagem de auto-estima para aqueles que se questionam sobre seu papel no mundo, sua existência.

O Maluco Beleza nos ensinou sobre a vida, a ansiedade, sobre o amor e a amar. Um mestre.

Farei questão de conhecê-lo quando partir desta para uma melhor e faço questão de admira-lo nesta vida, até porque, pelo o pouco que sei, nunca fez mal a ninguém.
Independente de rótulos, seja um simples cantor, doido, gênio ou pirado, pra mim Raul Seixas é inspiração, alguém que transmite paz e sabedoria, elimina de cara a perfeição das coisas e te acorda pra vida que realmente importa. Não adianta ser careta e não se sensibilizar com o mundo, não adianta ser doidão e não pensar nas consequências dos atos.

Raul ensina até hoje através de seus hinos, e ensina que viver estar muito além de nosso controle e sabedoria, ensina a reconhecemos nossa pequeneza diante de um mundo sem lógica definida. Raul é eterno. E que TOQUEM RAUL!